20 julho 2007

João Aguiar à conversa.

João Aguiar, nascido a 20 de Maio de 1989, teve um longo interregno esta época devido a uma lesão grave. A sua raça e empenho são a sua imagem de marca. E se despediu-se com um golo antes da lesão viria a surgir com outro golo em Mangualde.

Qual o percurso que fizeste até chegares ao Académico.
O Académico foi o meu primeiro clube, desde os 7 anos.

Durante o tempo que já joga futebol decerto já teve bons momentos. De qual se recorda mais?
O segundo ano de iniciado no qual passamos à fase seguinte do nacional com um grande esforço e dedicação e o ultimo campeonato ganho pelos juniores.

E algum momento para esquecer?
As duas maiores lesões que tive, a fractura do maxilar superior no campeonato de iniciados e a rotura de ligamentos cruzados nos juniores. São momentos muito difíceis, principalmente vendo os jogos em que a equipa sentiu mais dificuldade. Dava vontade de “saltar” para dentro do campo.

Que treinador se lembra melhor por o ter marcado ate agora?
Paulo Chaves, treinador do meu segundo ano como iniciado. Passamos a fase seguinte só com mérito próprio. Um treinador que consegui juntar 20 jogadores que praticamente não se conheciam na equipa mais unida que tive em 11 anos de futebol de formação. O espírito de equipa, o rigor, respeito, esforço, dedicação e a forma como fomos apoiados foram fundamentais e outro treinador não teria “mão” para unir aquela equipa e não tolerar indisciplinas. Um modelo!

Sendo um jogador que assistiu ao término de um clube, como foi sentires o fim do CAF? Que reacção?
No meu caso particular já o esperava desde o inicio da época. O Académico deixou oficialmente de participar nas competições oficiais em Dezembro, e no caso dos juvenis já se esperava desde Setembro. Talvez tenha sido melhor assim. O pior ano no Académico, tanto desportivamente como pessoalmente não houve evolução.

Qual a tua opinião sobre este novo clube? Ou o espírito do antigo CAF mantem-se?
O peso da camisola é o mesmo, o orgulho com que a vestimos é o mesmo, talvez em termos de apoios seja diferente, mas o espírito permanece.

Como foi estar sem jogar este tempo?
Foi o pior momento desde que jogo. Já tinha sofrido uma lesão também grave nos iniciados, como não necessitei de recuperação perdi apenas 3 jogos e consegui jogar a fase final e decisiva do nacional. Neste caso foi pior, pois tinha feito uma boa pré-epoca, estava em boa forma e sentia que ia ser um grande ano, na semana antes do inicio do campeonato sofri a lesão. Só fui operado em Outubro e a recuperação acabou por durar até Março, o tempo que estive de fora custou muito. Ainda que fosse ao balneário dar o apoio aos meus colegas e tivesse sempre presente na bancada acaba por ser doloroso ouvir coisas daquele lado do campo das pessoas que não sabem o quanto se trabalha ali.

O que pensou nesta fase menos feliz?
Foi tão frustrante que na semana em que me lesionei cheguei a pensar em desistir. Tinha passado todo o Verão a trabalhar para perder tudo em 20 minutos de jogo.

Vindo de uma lesão ainda conseguiste ser marcar um golo e ser campeão. Como te sentiste?
Foi espetacular, só ainda tinha feito os últimos 10 minutos em dois jogos anteriores e naquele entrei a 15 minutos do fim, ganhávamos 5-0 e o campeonato já ninguém nos roubava mas eu ainda tinha que provar que podia ter sido uma grande época e tive essa sorte.

Após um campeonato sempre a par do Viseu e Benfica qual foi para si o jogo em que a questão de campeão se decidiu?
Todos, nós na ultima jornada já éramos campeões e voltamos a golear. O Campeonato decidiu-se jornada a jornada. E talvez as mais difíceis tenham sido as primeiras. Vila Nova de Paiva que empatamos, ou em Penalva do Castelo que ao intervalo já perdíamos por 3-0 e conseguimos empatar no final por 3-3 talvez tenham sido os mais importantes, claro que o 5-0 na fase final ao Viseu e Benfica também foi importante, mas esse já todo o grupo o esperava, estávamos muito unidos e tínhamos 11 jogadores em campo, mostramos quem é o melhor.

Nesta mesma fase final tiveram um passo atrás com o empate em casa com o Vale de Açores. Como foi digerir esse resultado?
As grandes equipas, como esta do Académico, são assim. Reagem bem!

Qual a opinião sobre os “rivais” que defrontou nesta fase final? O mais difícil e o mais acessível?
Difícil Lamego e Fácil Mangualde.

Qual a sensação que sentiram após terem assegurado esse mesmo título?
Missão Cumprida.

De fora via-se que o vosso grupo era mesmo um grupo na sua totalidade. Isso foi preponderante para o êxito?
Claro, é sempre importante, como já o referi a vitória ao Viseu e Benfica deu-se principalmente por muito querer de todos.

Para o ano vão disputar a 2 Divisão do Nacional de Juniores, Como achas que vai ser o campeonato?
Penso que deve ser encarado da mesma forma como foi este último. O objectivo deve ser o de CAMPEÃO, para voltar a por o Académico de onde nunca devia ter saído. De referir que em 11 anos de clube, campeonatos ganhos foram 10 (entre distritais e passagens a fase seguinte do nacional) faltando mesmo só no ano de extinção do CAF, por isso mesmo, fica o recado aos Mister’s quando se entra é para ganhar!

Que sonho alimentas agora?
Uma época sem lesões.

A nível de futebol qual o seu ídolo?
Fábio Paím, acompanhei o seu crescimento como jogador desde as selecções mais jovens onde nos cruzamos, espera-se um grande futuro.

Que relação achas que existe entre adeptos academista e jogadores?
Como passei mais tempo do lado da bancada que dentro do campo talvez tenha uma melhor ideia do comportamento dos adeptos que outros e por isso apela-se ao bom senso de cada um, fazemos o que gostamos porque queremos, não somos pagos por aquilo que fazemos e alguns de nós fazem um grande sacrifício para poder estar ali ao fim de semana quem n sabe o quanto se trabalha ali não devia ter o direito de opinar. Fica a chamada de atenção para a falta de publico no clube mais representativo da região de Viseu.

Uma palavra final para os sócios, adeptos e leitores do blog das camadas jovens.
Em primeiro queria agradecer ao senhor Jorge Sá pelo bom trabalho no blog. Para os adeptos e leitores, obrigado por tudo.
Académico rumo aos Nacionais!

O nosso muito obrigado pela ajuda que nos deu na realização desta entrevista e votos de sucesso nesta nova época que se avizinha para que os objectivos principais sejam cumpridos. João sabes que podes contar sempre comigo e que este ano possamos fazer mais algumas apostas, como fiz este ano passado! E olha que o meu feeling resulta.

Um abraço
Jorge Sá

3 comentários:

Anónimo disse...

João um grande Abraço e que a Época te corra melhor do que a do ano que passou, pelo menos a nível de lesões,pois mereces estar sempre em campo pelo teu empenho e amor ao clube.Para mim és dos melhores avançados da formação do académico.Pelas alegrias que me proporcionas-te, o meu muito obrigado.
UM abraço amigo de
Luis Simões www.cafjuniores.blogspot.com/ (Homenagem)

Anónimo disse...

A raça e entrega do miudo é fnstastico! um verdadeiro capitão

Anónimo disse...

Olá João, desejo-te as maiores felecidades para a proxima epoca, não tenho duvidas que serás um jogador importantissimo para o sucesso da equipa!!! tu mereces

GR Abraço do teu ex. mister

José Pipo