David Martins, nascido a 14 de Abril de 1991, vimo-lo a actuar a defesa central na equipa de Juvenis do Académico, onde rubricou boas exibições.
Durante o tempo que já joga futebol decerto já teve bons momentos. De qual se recorda mais?
O meu momento mais marcante não foi dentro de um campo de futebol nem tão perto. Para mim o melhor momento que tive foi quando estava na piscina a aproveitar bem as férias e o meu pai telefona-me a perguntar se queria ir fazer uns treinos ao Académico de Viseu. Foi, para mim, uma grande emoção.
E algum momento para esquecer?
Para esquecer penso que será alguns tempos desta época. Erramos bastante tanto para o clube, como para os adeptos, treinadores e também para com os nossos objectivos. Mas é com os erros que aprendemos e espero nunca mais repeti-los.
Que treinador se lembra melhor por o ter marcado até agora?
O mister João foi para mim o mais marcante. Sempre sonhei em jogar na selecção distrital de Viseu e foi graças ao que tudo o que o mister João me ensinou que consegui esse feito. Aprendi bastante com ele não só como jogador, mas também como pessoa. Claro que não me posso esquecer do meu treinador no Canas, o mister Mota, que foi quem indicou as minhas qualidades ao mister João.
Sendo um jogador que assistiu ao término de um clube, como foi sentires o fim do CAF?
Foi uma mistura de muita tristeza e raiva. Tristeza pois o clube que adorávamos tinha acabado e todo o trabalho que tínhamos realizado desde o início ter ido por “água à baixo”. E a raiva veio daqueles que causaram aquele grave acidente e, consequentemente, fazerem-nos sofrer sem termos culpa.
Académico de Viseu e CAF um mesmo clube ou dois completamente distintos?
Sem dúvida é o mesmo. Tudo ficou igual apenas mudou a nossa vontade de vencer e a nossa raiva por estarmos num lugar que não era o nosso.
Falando agora desta época após um bom começo a equipa teve a sua primeira derrota na 6 jornada e com isso começou uma fase menos boa. A que se deveu este momento negativo?
Não conseguimos “engolir” a derrota. Foi muito duro para nós e desde aí o comportamento da equipa em geral mudou. Deixamos de confiar uns nos outros e isso motivou muitas discussões dentro e fora do campo. O espírito de ajuda entre nós, dentro de campo, tinha acabado.
O que achou do campeonato realizado pelos jovens juvenis academistas?
Apesar de não termos conseguido realizar os nossos objectivos, acho que por um lado até foi positiva. Erramos bastante durante a época e isso irá servir-nos de lição para o resto da vida. Irá ajudar-nos a crescer e fazer com que aqueles incidentes nunca mais se repitam. Realmente só tenho pena é dessa lição ter afectado os nossos objectivos.
Após uma segunda volta onde não obteve nenhuma derrota os jogadores chegaram ainda a acreditar que era possível atingir a meta traçada?
Sinceramente pensei que iríamos passar a fase seguinte. Estávamos a jogar bem e com aquele desempenho todo iríamos conseguir. Mas devido á fraca primeira volta não estávamos dependentes de nós e por isso, não conseguimos passar.
Para si qual foi o jogo fulcral para que a fase final não fosse atingida?
O empate em casa contra o Mangualde 0-0.
O que faltou para que esse objectivo não fosse concretizado.
União e vontade de vencer. Também penso que faltou um líder no meio dos treinadores. Alguém que impusesse o respeito e com quem podíamos confiar pelo trabalho desenvolvido nos treinos. Mas também alguma irresponsabilidade pela nossa parte por muitos ir para a “noite” antes dos jogos.
Durante algum tempo foste o capitão desta equipa. O que achas que um jogador deve ter para ser capitão?
Ser muito humilde, capaz de ser responsável, ser um exemplo para todos e ter a capacidade para moralizar os companheiros de equipa. Sinceramente penso que não tenho competências para assumir os parâmetros de ser capitão.
Como foi ter essa responsabilidade?
Fiquei bastante surpreso por me darem a braçadeira pois mesmo que substituíssem o Kauskas sempre pensei que fosse o Melo o escolhido. Ele é um dos mais velhos no clube e sempre foi capitão por isso não tinha a noção porque me tinham escolhido. A explicação dada pelos meus treinadores era que confiavam em mim. Penso que falhei um pouco com as minhas responsabilidades mas os meus treinadores sempre me apoiaram e me diziam que estava a fazer um bom trabalho. Para o ano espero que a braçadeira seja entregue a quem pertence, ao Melo.
Dos jogadores que viste alinhar durante o campeonato será possível definir para nós a sua equipa “de sonho”?
A nossa equipa já era uma equipa de sonho. Tínhamos uma equipa com jogadores de grande qualidade. Apenas gostava de ter o meu amigo Esquerdina, extremo do Molelos, pois é um jogador excepcional.
Sendo das equipas que mais adeptos e apoio levavam aos estádios, quer em casa quer fora, como sentiram por vezes o menor apoio dado pelos adeptos em casa?
Um pouco tristes pois é nas alturas mais difíceis que precisamos deles, mas os poucos que ficavam eram bons e era graças a eles que ultrapassávamos as dificuldades e provávamos o nosso valor.
Que sonho alimenta?
Gostava de evoluir bastante para continuar a ser uma aposta em todos os escalões e chegar aos seniores para ajudar a levar o Académico ás principais ligas portuguesas. Mas para tal é preciso muito trabalho e espero conseguir.
Que futuro?
Desde que entrei no Académico que senti uma grande admiração pelo clube. Por isso apenas quero ficar e conseguir ajudar o clube a ganhar grandes estatutos.
Uma palavra final para os sócios, adeptos e leitores do blog das camadas jovens.
Gostava de agradecer a todos os sócios e simpatizantes o apoio incondicional que deram a todos os escalões, desde as escolas aos juniores. E à direcção apelava uma maior aposta na formação quando os atletas atingem a idade de seniores, pois não é qualquer clube que consegue fazer com que os iniciados, juniores e seniores sejam campeões no mesmo ano. É porque há talento. Também gostava de agradecer ao Jorjão pelo tempo desperdiçado em acompanhar-nos para dar a conhecer a todos, o trabalho realizados pelas camadas jovens do académico. Obrigado a Todos.
O nosso muito obrigado pela ajuda que nos deu na realização desta entrevista e votos de sucesso nesta nova época que se avizinha de forma a que o objectivo dos Nacionais seja concretizada.
Um abraço
Jorge Sá
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